sexta-feira, 8 de abril de 2011

★ Modernização do campo e a Reforma Agrária !

A modernização do campo e a Questão das Terras no Brasil

Revolução Verde: programa que prometia transferência de um pacote tecnológico para os países subdesenvolvidos. Tinha como discurso a erradicação da fome, mas seu objetivo era criar uma dependência econômica e tecnológica, além de ampliar a produção de commodities (“cultivo de rico”), o que na verdade ampliou a crise econômica e a fome nesses países.
 Pacote tecnológico pode ser representado por maquinário, fertilizantes, adubos, sementes...
Principais consequências da modernização do espaço agrário:
• Êxodo Rural.
• Agravamento da concentração fundiária e expansão da grande produção empresarial (fagocitose rural: incorporação das terras de pequenos produtores por grandes latifundiários, devido a falta de competitividade e inserção no mercadoss).
• Desalojamento de grande contingente de camponeses ou pequenos produtores.

Conflitos no campo e a Reforma Agrária

A redemocratização política brasileira coincidiu com o aumento dos conflitos fundiários e da violência no campo, colocando novamente a questão da reforma agrária para a sociedade. Nessa época que surgiu o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), que desejam ocupar áreas teoricamente improdutivas. Apesar do avanço no processo de reforma agrária, a maior parte dos assentados compõe a população mais pobre do país. Nestes assentamentos é desenvolvida uma agricultura de baixa produtividade e carente de recursos técnico-financeiros.

★ O Capitalismo no Espaço Rural !

O Capitalismo no Espaço Rural

Na relação cidade x campo, o urbano tem se mostrado dominante. Desde o advento da industrialização, a subordinação (dependência) do campo à cidade se tornou uma característica do quadro socioeconômico dos últimos anos.
A subordinada zona rural orienta sua produção para a satisfação da cidade, que investe no campo maciçamente, reproduzindo essa situação de dependência. Funções do campo frente a essa nova configuração urbano-industrial:

• Produção de itens para exportação.
• Produção de matérias-primas para o setor industrial.
• Produção de alimentos para a população urbana.

A introdução do capitalismo no espaço rural também proporcionou a formação dos complexos agroindustriais, que representam a integração do setor agrícola, industrial e financeiro na produção de cultivos comerciais. Os CAIs se dividem em partes:

• Montante: indústria fornecedora de bens de capital e insumos para a agricultura, como sementes, fertilizantes... (produção).
• Produtores: agricultores.
• Jusante: indústria processadora da matéria-prima agrícola (transformação).
• Setor financeiro: bancos financiadores dos dois tipos de indústria.

★ As novas relações capitalistas no espaço rural !

O Capitalismo no Espaço Rural

Na relação cidade x campo, o urbano tem se mostrado dominante. Desde o advento da industrialização, a subordinação (dependência) do campo à cidade se tornou uma característica do quadro socioeconômico dos últimos anos.

A subordinada zona rural orienta sua produção para a satisfação da cidade, que investe no campo maciçamente, reproduzindo essa situação de dependência. Funções do campo frente a essa nova configuração urbano-industrial:

• Produção de itens para exportação.
• Produção de matérias-primas para o setor industrial.
• Produção de alimentos para a população urbana.

A introdução do capitalismo no espaço rural também proporcionou a formação dos complexos agroindustriais, que representam a integração do setor agrícola, industrial e financeiro na produção de cultivos comerciais. Os CAIs se dividem em partes:

Montante: indústria fornecedora de bens de capital e insumos para a agricultura, como sementes, fertilizantes... (produção).

Produtores: agricultores.

Jusante: indústria processadora da matéria-prima agrícola (transformação).
Setor financeiro: bancos financiadores dos dois tipos de indústria.

★ 3ª Revolução Industrial !

 3ª Revolução Industrial
(Revolução Técnico-Científica)

A partir da 2ª metade do século XX, iniciou-se uma nova fase de processos tecnológicos, decorrentes de uma integração física entre ciência e produção, que aplicava as descobertas científicas no processo produtivo, a 3ª revolução industrial:

• Local / Época: oeste dos EUA (Vale do Silício – tecnopolo) / 1970.

• Novos tipos de indústrias: informática, microeletrônica, robótica, telecomunicações, aeroespacial, biotecnologia, nanotecnologia e química fina.

• Energia: nuclear e fontes alternativas (ex: urânio).

• Fortes transformações nos meios de transferência: comunicação (o meio técnico-científico-informacional possibilitou o desenvolvimento das infovias: internet, celular, etc – informação em tempo real -) e transporte (trens de alta velocidade, mega navios e mega aviões)

• Matéria-prima: Silício (microships)

• Surgimento dos Tecnopolos: reunião de diversas atividades de alta tecnologia, empresas, universidades e centros de pesquisa, etc. São originários dos EUA desde que a Universidade de Stanford criou o Vale do Silício (outros tecnopolos: Tsukuba, Japão e Campinas, Brasil).

• Expansão espacial de empresas multinacionais.

• Ampliação do desemprego (robôs).

• Globalização: integração do espaço geográfico mundial que intensifica as relações econômicas e culturais entre os países.

★ Crise do Fordismo e o novo modelo: Pós-Fordismo !


Crise do Fordismo e o novo modelo: Pós-Fordismo 
(Toyotismo ou Modelo Flexível)


Após algum tempo, o Fordismo começou a apresentar fatores negativos que contribuíram para sua substituição, foram eles:

• Elevada obsolência programada: a durabilidade dos produtos padronizados (poucas opções para o consumidor) estava saturando os mercados, reduzindo o consumo em massa.
• O consumo em massa reduziu e os salários continuaram em ascensão.
• Crise do modelo Keynesiano: altos gastos públicos.

Para evitar uma nova crise, foi necessária uma flexibilização da produção e do trabalho, dando origem ao novo modelo Toyotista, que teve como características:

(Flexibilização da Produção)

• Substituição da questão da padronização por uma personalização dos produtos (novos modelos, cores e etc para os consumidores. Inclusive, com a 3ª Revolução Industrial as empresas deram a opção de personalizar seus produtos a partir de compras pela internet).
• Redução do ciclo de obsolência dos produtos, seu tempo de vida (a qualidade agora não era medida pela durabilidade, mas sim pelo grau de tecnologia.  O maior exemplo disso é o celular. “Quando um produto chega ao mercado ele já está obsoleto”).
• Busca de novas áreas industriais que ofereçam mais vantagens para a produção (Deseconomia de Aglomeração).
• Modificação da questão dos grandes estoques, ao invés de produzir em massa para vender depois, agora vende e depois produz na quantidade certa, necessária (Just-in-Time)

(Flexibilização do Trabalho)

• Automação da produção: graças aos avanços da 3ª Revolução Industrial foi possível substituir a mão-de-obra humana por robôs. Um grande volume de trabalhadores especializados seria substituído por trabalhadores qualificados.
• Global Sourcer (Produção Global): as empresas puderam fugir de locais com mão-de-obra de baixa qualificação e preços elevados para buscar um trabalho mais barato em economias emergentes.

Os avanços tecnológicos da Terceira Revolução Industrial foram fundamentais para esse novo modelo.



A nova doutrina econômica adotada foi o Neoliberalismo, que tinha como características:

• Intervenção mínima do Estado na economia (deixando o mercado se autorregular com total liberdade)
• Defende que o indivíduo tem mais importância que o Estado e busca o bem estar social.
• Esta doutrina é representada por: privatizações, investimentos em educação, acordos comerciais, estabilidade econômica, ampliação dos meios de transporte e do meio técnico científico informacional e pela flexibilização legislativa.

★ Keynesianismo e Fordismo, soluções para a Crise !

Keynesianismo e Fordismo, soluções para a Crise

O modelo fordista e a doutrina keynesiana recuperaram os EUA e permitiram a continuidade do desenvolvimento capitalista.
O Fordismo foi um modelo de produção que tinha como características:

• Produção padronizada, em massa (produção em massa = consumo em massa), em larga escala, full time e com grandes estoques.
• Trabalho especializado, com salários ascendentes (para movimentar o capital), garantias trabalhistas e fortes sindicatos.

• Forte concentração das indústrias (Economia de Aglomeração).

A doutrina era keynesiana (wellfare state, ou estado de bem estar social), a qual defendia a realização de obras públicas, criação de empresas, cargos públicos (empregos), investimento em setores públicos, etc. O Keynesianismo pregava a intervenção do Estado na economia e em todos os aspectos necessários. O objetivo da doutrina é manter o crescimento da demanda em paridade com o aumento da capacidade produtiva da economia. Nos EUA essa doutrina foi introduzida através do New Deal do então presidente Franklin Roosevelt. Algumas medidas do New Deal que reergueram a economia norte-americana:

• Concessão de crédito agrícola a pequenos produtores familiares.
• Criação da Previdência Social.
• Controle da corrupção no governo.
• Incentivo à criação de sindicatos.

Essas medidas em associação com as concepções do Fordismo ampliaram o consumismo e crescimento econômico. Porém, essa prosperidade começaria a ser desmontada devido às próprias características do Fordismo e do Keynesianismo, assim, um novo modelo produtivo e uma nova doutrina econômica surgirão: o Pós-Fordismo e  o Neoliberalismo.

★ Taylorismo, Liberalismo e a Crise de 1929 !

Taylorismo, Liberalismo e a Crise de 1929

A Crise de 29, momento de forte estagnação da economia, foi causada principalmente por dois fatores: o modelo Taylorista de produção e o liberalismo econômico.

O Taylorismo foi o modelo que consolidou o processo capitalista. Tinha como características:
• Padronização da produção em série para reduzir custos.
• Economia de mão-de-obra.
• Tem como objetivo aumentar a produtividade do trabalho.
• Trabalho de forma intensa, padronizado e fragmentado (“especialização” da mão-de-obra, trabalho repetitivo) para acabar com qualquer desperdício de tempo e aumentar a produção.
• Nega ao trabalhador qualquer manifestação criativa ou participação.

Contudo, os ganhos produtivos não resultaram num aumento salarial dos trabalhadores, o que reduziu o mercado consumidor interno dos EUA, de modo que o subconsumo não absorvia a superprodução resultante do aumento da produtividade. Mas para conter a crise, por que não foi reduzida a produção ? Não foi reduzida devido ao Liberalismo Econômico, um conjunto de princípios e teorias políticas que defendem a liberdade política e econômica, contrário à forte intervenção do Estado na economia. Porém o que realmente proporcionou a crise, foi a ideia central da doutrina liberal: a lei da oferta e da procura. Esta lei era baseada na ideia da autorregulação da economia, o que fez os industriais não intervirem nela pois mesmo com a redução das vendas e o aumento dos estoques, o problema econômico se resolveria. O que não aconteceu.

Em 1929, na “Quinta-feira negra”, milhões de títulos e ações foram colocados à venda, sem que aparecessem compradores. Os preços dos títulos desabaram. Houve uma sequência de falências, desemprego, crise alimentar e até suicídios. Entretanto, a partir de 1933 os EUA iniciaram sua recuperação econômica, a partir de medidas tomadas pelo presidente Franklin Roosevelt (New Deal), e pelo novo modelo produtivo, o Fordismo.

★ Região Serrana e as chuvas !

Região Serrana e as Chuvas

Sobre a Região Serrana:
A região é marcada pela presença de “serras” – do Mar e da Mantiqueira – Tal fato, produz um relevo acidentado e um clima mais ameno, de altitude. Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo destacam-se como as principais cidades serranas. Isso se justifica por concentrarem o PIB e as maiores populações. O PIB é composto, majoritariamente, por atividades como: turismo de inverno;
 produção hortifrutigranjeira e floricultura (hidroponia). Apresenta também forte produção têxtil, com destaque para a produção de roupa intima feminina e diversas confecções de roupas de grife. Em função desse dinamismo econômico, associado ao processo de desmetropolização no Rio de Janeiro, a população fixa vem aumentando nos últimos anos na região. Isso traz consequências como o crescimento da especulação imobiliária e ocupação de áreas de enconsta, relacionada a um processo de favelização.
A tragédia ocorreu devido:
 • A uma chuva acima da média, orográfica e abastecidas pela umidade vinda do oceano.
• A grande declividade do terreno, que favorece a elevação da velocidade de escoamento da água, facilitando deslizamentos;
• A muitos trechos de solos rasos. Em função da declividade, há dificuldade de formar solos profundos. Isso porque o escoamento tende a ser maior que a infiltração e, consequentemente, o desgaste da rocha matriz menor. Em um solo raso, o “encharcamento” é mais fácil e assim, fica mais instável;
• A ocupação de áreas de risco, como encostas e próximo a rios. Isto ocorre em função, basicamente de duas situações: crescimento da população fixa e ineficiência governamental no planejamento urbano.
Como ocorreu ?
Observe a sequência:
1- Concentração de chuvas: A serra do mar, que vai do Rio Grande do Sul até Espírito Santo, funciona como uma barreira. As chuvas ficam concentradas nesta cadeia de montanhas próxima ao oceano atlântico.
2- Formação geológica: A formação geológica da serra fluminense é suscetível a deslizamento. As encostas íngremes geram erosão e as rochas têm a cobertura de uma fina camada de terra.
3- Deslizamentos: A ocupação desordenada retira a vegetação, que protege a fina camada de terra, somada às chuvas intensas foram a causa da tragédia. A terra aumenta de massa e acaba se deslocando. Acontece a chamada queda de barreira.
Consequências da tragédia:

• Mesmo sendo redundante, tem de entrar na conta: o elevado número de mortes.
• Destruição e interdição de inúmeras casas, o que eleva a quantidade de desabrigados. Para ampliar o drama destas pessoas, muitas não têm outra opção de moradia. Desta forma, ficam dependentes da assistência estatal, como o aluguel social.
• Destruição de estruturas como rodovias, infovias e cabos de energia;
• Destruição de estabelecimentos comerciais, indústrias e plantações causando desemprego;
• Como desdobramento do item acima, impacto sobre o PIB regional;
• Elevados gastos em reconstrução;
• Disseminação de doenças, como Leptospirose;
Mesmo diante de tantas consequências negativas, há de se destacar um comovente ponto positivo: a enorme solidariedade do povo brasileiro.
Foi emocionante ver a mobilização de amigos, instituições públicas e privadas, ONGs, perfis em redes sociais, dentre outros, mobilizando-se para o envio de
remédios, alimentos, sangue, roupas e afins.
Para evitar novos deslizamentos é necessário investir na (o):
• Educação: É importante que as pessoas saibam como agir em situações de risco. E não existe lugar melhor para ensinar que a escola. Em situação de enchente você deve procurar ficar abrigado, de preferência em locais altos e seguros. Deve evitar enfrentar a chuva, ruas alagadas e se proteger embaixo de árvores.
• Mapeamento das áreas de risco: Órgãos responsáveis deveriam descobrir e mapear todas as áreas que ofereçam algum tipo de possibilidade de tragédia, como encostas e áreas de várzea – sujeitas à inundações de rios.
• Planejamento urbano: Com o estudo acima em mãos, cabe ao poder executivo impedir a ocupação de áreas de risco. Caso a área já seja ocupada, principalmente por população de baixa renda, o Estado deve oferecer alternativas reais e rápidas de moradia para essas pessoas.
Monitoramento e alerta: O Estado deve investir pesado em tecnologia nas áreas de Meteorologia e Hidrologia. É importante saber, com antecedência e o máximo de precisão, quando ocorrerá uma chuva normal e, assim mensurar o acréscimo de volume de água nos rios. De posse dessas informações, perceber o alcance de inundações. Com tudo isso em mãos, alertar a Defesa Civil, Hospitais e Bombeiros; e avisar a população – via televisão, rádio, internet, celular, sirenes em áreas de risco – que todos devem buscar abrigo seguro.

★ Escravismo Colonial !

Escravismo Colonial

Nos grandes impérios africanos a instituição da escravidão era bastante difundida. Os perdedores de conflitos militares eram aprisionados pelos vencedores. Havia a escravização de africanos pelos próprios africanos, muito antes da chegada dos europeus, porém havia condições de vida minimamente decentes para eles.
O tráfico negreiro, como negócio de larga escala que envolvia a captura em massa de africanos e seu transporte para a américa, só se caracterizou após a introdução dos comerciantes europeus neste tráfico. Os escravos eram obtidos através dos comerciantes negreiros a partir da troca de produtos valorosos para a África (fumo, aguardente, tecidos...). O lucro obtido com o tráfico negreiro, a atuação dos jesuítas (favoráveis a escravidão negra pois acreditavam que os negros deveriam viver em cativeiro para serem catequizados e que eram uma raça amaldiçoada), as doenças trazidas pelos europeus (matavam os indígenas e substituíam sua mão de obra com a negra) e o modelo de plantation estabelecido pelos portugueses (requeria grande quantidade de mão de obra) eram fatores que justificavam a preponderância da mão de obra escrava negra no Brasil.
Posteriormente, com o processo de urbanização da colônia, surgiu um novo tipo de escravo: o escravo de ganho, o qual desempenhava funções urbanas e tinha maior autonomia para circular nas cidades para trabalhar e obter dinheiro para seus senhores.

★ A Reforma e a Contrarreforma Católica !

A Reforma e a Contrarreforma Católica

A Reforma Protestante nasceu dentro da própria Igreja Católica (dominante e corrupta), e rompeu a unidade da mesma. Os fatores que propiciaram a reforma foram:
• Venda de indulgências (perdão).
•  Simonia (venda de “objetos sagrados”).
•  Ignorância do Clero (missas em latim).
• Luxuosidade da Igreja (contradição).
• Desrespeito ao celibato.
• Nepotismo.

Estes vícios da Igreja Católica foram criticados pelos padres humanistas (principal: Erasmo de Roterdã), porém não queriam romper sua unidade, mas apenas corrigir seus vícios e reforma-la para alterar práticas mas sem dividi-la.

Em 1517 um padre pregador de indulgências confrontou-se com o moralismo religioso do monge Martinho Lutero, o qual publicou 95 teses repudiando o poder de concessão de perdão e venda de indulgências da Igreja. Lutero defendia que somente a fé em Cristo era instrumento de salvação. A partir daí começava a Reforma Protestante. Lutero não foi o primeiro reformista, mas sim o primeiro bem-sucedido. Bem-sucedido, pois obteve simpatia e apoio da nobreza alemã (interessadas nas terras da Igreja e em diminuir sua influência na região), que o protegeu para que trabalhasse em suas obras e traduzisse a bíblia para o alemão. O apoio da nobreza foi reafirmado quando os príncipes definiram sua unidade em torno do luteranismo. Estava garantida a sobrevivência da primeira grande religião cristã não católica da Europa.

Contudo, a nobreza alemã associada ao imperador manteve-se fiel ao catolicismo, iniciando as primeiras guerras de religião da Europa. O equilíbrio entre as partes foi selado no acordo Paz de Augsburg, que estabelecia que a religião local seria determinada pela autoridade civil, e não religiosa (uma derrota para a Igreja Católica).

Lutero era conservador e condenava revoltas camponesas e os anabatistas (seita que pregava um cristianismo primitivo, baseado na divisão de propriedades e inexistência de hierarquia). Logo o protestantismo começou a se alastrar pela Europa.

João Calvino publicou uma reforma, assim como Lutero, porém pregava que boas ações não poderiam alterar um destino determinado pelo Criador. Para ele a glorificação de Deus era obtida através do trabalho. Acreditava na predestinação.

Outro protestante foi o monarca inglês Henrique VIII. Este era casado com a espanhola Catarina de Aragão, que não conseguiu dar um filho homem para Henrique, apenas uma menina que estava prometida para casar com um príncipe espanhol. Isso causou medo da intervenção espanhola na Inglaterra, mas o Papa não concedeu a separação aos dois, em resposta, Henrique VIII fundou o Anglicanismo. Esta religião era como a católica, porém o rei tornava-se o chefe da Igreja Anglicana e do Estado, criando um caráter absolutista, fortalecendo o poder do rei (Ato de Supremacia).

Reação da Igreja: A Reforma Católica ou Contrarreforma. A reação mais importante foi o famoso Concílio de Trento, que reuniu a alta hierarquia da Igreja Católica, aplicando medidas de caráter repressivo (reorganização do Tribunal da Inquisição e elaboração de um índex de obras censuradas) e reafirmando os dogmas da Igreja Católica. A Igreja pretendia punir, moralizar (suspendeu a venda de indulgências) e expandir (reconhecimento de ordens religiosas como jesuítas).

Apenas em 1962 houve o reconhecimento do protestantismo por parte da Igreja Católica. A Igreja também proporcionou maior aproximação entre padre e fiel. 

★ O Renascimento Artístico e Cultural !

O Renascimento Artístico e Cultural

O Humanismo Cristão foi um movimento intelectual surgido dentro da própria Igreja Católica. Esse movimento pregava os valores antropocêntricos e o conhecimento empírico e científico para entender a natureza e a sociedade. Foi o humanismo que serviu de base ideológica para o Renascimento, um fenômeno artístico e cultural essencialmente italiano da transição da idade média para a moderna. São grandes nomes do movimento Leonardo da Vinci, Maquiavel, Michelangelo, Galileu (teoria heliocêntrica que rompia com a católica geocêntrica), Shakespeare entre outros.
Características da mentalidade renascentista:
Classicismo, cientificismo, antropocentrismo, racionalismo, individualismo, naturalismo, humanismo, hedonismo (busca por prazeres terrenos), otimismo e objetivismo.
Mas por que essencialmente italiano? O reaparecimento do comércio das cidades provocou a ascensão de um grupo de comerciantes especializados, os burgueses da península itálica. Estes, sendo os mais ricos da Europa devido ao monopólio do comércio de especiarias orientais, praticavam o mecenato (patrocínio das artes para demonstrar status social)
A valorização dos idiomas nacionais na produção literária na época proporcionou a formação dos Estados Nacionais, tomando espaço da Igreja Católica (instituição com poder universal).
O Renascimento italiano entrou em decadência devido a chegada dos portugueses ao oriente, quebrando o monopólio italiano, ficando sem poder investir nas artes.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

★ A Economia Açucareira !


A Economia Açucareira

O açúcar era um produto conhecido na Europa, era qualificado como uma especiaria e possuía alto valor de mercado. Logo foi desenvolvida no litoral brasileiro a cultura da cana de açúcar. Até porque a produção açucareira geraria uma ocupação efetiva do território, protegendo-o contra possíveis invasões estrangeiras. A produção do açúcar centrava-se nos grandes complexos produtivos chamados Engenhos. A exploração da riqueza colonial, especialmente do açúcar, era regida pela lógica do Pacto Colonial (os colonos produziam para complementar a economia da metrópole). A exploração do açúcar se dava pelo  modelo do Plantation, caracterizado por grandes propriedades, monocultura, voltada para o mercado externo e pelo uso da mão-de-obra escrava.                                        O latifúndio monocultor se traduzia em prestígio político e status social. Era um símbolo de riqueza que conferia status aos chamados “homens bons” (elite rural). Outra coisa que proporcionava a essa elite algum status, era possuir escravos.
Apesar da predominância do açúcar, existiam outras atividades econômicas no Brasil colônia, como os comerciantes internos e os comerciantes de escravos. O desenvolvimento da lavoura de cana-de-açúcar no litoral brasileiro favoreceu atividades secundárias, como a pecuária no interior da colônia. Contudo, junto ao tráfico negreiro, a atividade açucareira tornou-se a principal fonte de econômica da metrópole até a metade do século XVIII.

★ Período Pré-Colonial e Administração Colonial !

Período Pré-Colonial e Administração Colonial

Mesmo após o descobrimento do Brasil, o lucrativo comércio com o oriente ainda era prioritário para Portugal. A estratégia inicial foi enviar ao Brasil expedições de reconhecimento e guarda-costas. Isso devido a ação de contrabandistas de outras nacionalidades, como os franceses, que não aceitavam o tratado de Tordesilhas e queriam acesso ao Brasil. As expedições não deram certo, então D. João III decide colonizar o brasil para afastar invasores, compensar o decréscimo do comércio oriental e para encontrar metais preciosos).
A 1ª expedição deste tipo foi realizada por Martin Afonso de Souza, como capitão-mor que teria como responsabilidade expulsar invasores (franceses) do litoral, estabelecer o reconhecimento geográfico da colônia e administrá-la.

 Mais tarde foram implementadas feitorias (postos de armazenagem onde o pau-brasil era recolhido e transportado para Portugal. Primeiras feitorias: cabo frio, Pernambuco e são Vicente) devido à prática do escambo (troca de objetos sem valor por pau-brasil com os índios), permitindo, assim, o uso da mão-de-obra indígena.

Administração Colonial: a ocupação populacional da colônia foi estabelecida pelo sistema de capitanias hereditárias (já havia sido testado com sucesso nas ilhas atlânticas). O objetivo do sistema era promover a ocupação territorial. Consistia em o rei conceder domínios a particulares (donatários), os quais recebiam uma “carta de doação real” e um “formal”, documento que estabelecia os direitos (explorar sua capitania, protege-la e administrar a justiça) e os deveres (pagar o quinto – imposto sobre qualquer ouro descoberto -, expandir a fé católica e obedecer a Coroa)
Contudo, o sistema começou a apresentar problemas para os donatários devido a ataques de piratas e grupos indígenas, alto custo do empreendimento e a falta de assistência da Coroa (má comunicação).
Apenas as capitanias de Pernambuco e São Vicente prosperaram, pois possuíam diversificação agrícola (não se voltavam somente para a produção do açúcar) e investiam na agricultura de subsistência (melhor alimentação). Porém, havia concorrência entre as duas capitanias, e São Vicente entrou em declínio, pois Pernambuco possuía solo mais fértil (massapê ideal para cana) e era mais próximo da metrópole Portugal.

Após o declínio do sistema de capitanias (o sistema não foi abolido, mas os donatários agora eram subordinados ao governador geral), um novo sistema foi implantado: o Governo Geral: este consistia em promover a centralização da administração colonial e prestar auxílio aos donatários, transformando a Bahia em capitania (capital) da Coroa, e para isso implantaram na Bahia o governo geral.
O 1º governador geral foi Tomé de Souza, que além das funções citadas, deveria estabelecer a defesa da colônia no caso de ataques indígenas ou estrangeiros, recolher impostos para a Coroa e promover a interiorização.
Os primeiros padres jesuítas vieram junto com Tomé de Souza, estes foram peça fundamental para a expansão da fé católica na colônia.
Os Jesuítas detiveram na colônia o monopólio da educação. Eram responsáveis pelo ensino e catequização dos colonos e índios, o que sempre gerou atrito com a coroa a respeito do uso da mão-de-obra escrava indígena, que os jesuítas reprovavam.
O 2º governador foi Duarte da Costa, que foi péssimo e corrupto.
Em 1550 os franceses invadiram a baía de Guanabara buscando estabelecer um núcleo de colonização, permanecendo cerca de 600 franceses em um forte na região, nasceu a chamada França antártica, o processo fracassou mas foi somente com o 3º governador geral, Mem de Sá, que a coroa portuguesa conseguiu expulsar os franceses. Posteriormente seu sobrinho, Estácio de Sá, fundou a cidade de S. Sebastião do RJ, para tentar estabelecer um núcleo de colonização para evitar nova intervenção estrangeira. Entretanto, novas batalhas acontecem, uma das quais custou a vida do próprio Estácio de Sá.

quinta-feira, 17 de março de 2011

★ Recursos Estilísticos !

Figuras de Linguagem

» Metáfora: relação de semelhança entre os termos comparados, usa-se o sentido conotativo e não apresenta o termo comparativo “como” e etc.
• Ex: “Meu pensamento é um rio subterrâneo.”

» Símile ou Comparação: o mesmo que a metáfora, mas apresenta termo comparativo.
• Ex: “A vida é vã como a sombra que passa...”

» Metonímia: substituição de uma palavra por outra, pode ser:
• Ex: O efeito pela causa ou vice-versa: “Conseguiu sucesso com determinação e suor” (trabalho).
•  Ex: O autor pela obra: “Ler Guimarães Rosa é um projeto desafiador” (a obra).
• Ex: O continente pelo conteúdo: “Bebeu só dois copos e já saiu cambaleando” (a bebida).
• Ex: O substantivo concreto pelo abstrato: “Tratava-se de um papo-cabeça” (intelectual).
• Ex: O abstrato pelo concreto: “Era difícil resistir aos encantos daquela doçura” (pessoa meiga, agradável).
• Ex: A marca pelo produto: “Comprei uma caixa de Gilette” (lâmina de barbear).
• Ex: O instrumento pela pessoa: “Ela é boa de garfo” (o instrumento utilizado para comer).
• Ex: O lugar pelo produto: “Queria tomar um Porto fervido com maçãs” (o vinho).
• Ex: O sinal pela coisa significada: “O trono inglês está abalado pelas recentes revelações sobre a família real” (o governo exercido pela monarquia).
• Ex: O singular pelo plural: “O brasileiro tenta encontrar uma saída para suportar a crise” (um indivíduo por todos).
• Ex: A parte pelo todo: “Enormes chaminés dominam os bairros fabris da cidade inglesa”. (fábricas)
• Ex: A classe pelo indivíduo: “Depois desse episódio, não acredito mais no Juizado brasileiro” (os juízes).
• Ex: A matéria pelo objeto: “O jantar foi servido à base de porcelanas e cristais” (matéria de que é feito o objeto).

» Catacrese: é uma espécie de metáfora desgastada em que o autor não mais percebe o sentido figurado.
• Ex: “Folhas de livro”, “Dentes de alho”, “Asa de xícara”, “Sacar dinheiro no banco”, “Pele de tomate”, “Enterrou um espinho no pé”.

» Sinestesia: fusão de sensações diferentes numa mesma expressão.
• Ex: “Um silêncio áspero envolvia a noite. Brancas sonoridades de cascatas...”

» Autonomásia: substituição de um nome próprio por um comum ou uma expressão ligada a ele.
• Ex: “Sou fã do Rei! (Roberto Carlos), “Adoro a Cidade da Luz! (Paris)”.


Figuras de Pensamento

» Antítese: oposição excludente de palavras e idéias.
• Ex: “Abaixo, via a terra, abismo de treva! Acima, o firmamento, abismo de luz!”

» Paradoxo: fusão contraditória.
• Ex: “Incêndio em mares de água disfarçados, rio de neve em fogo convertido”

» Hipérbole: expressa uma idéia com exagero.
• Ex: “Estou te esperando há séculos!”

» Ironia: expressa algo querendo dizer o contrário.
• Ex: “O velho ficou com aquela bonita tonalidade cadavérica”

» Gradação: apresenta idéias em andamento crescente ou decrescente.
• Ex: “Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba”, “Safado! Cachorro! Sem vergonha!”

» Eufemismo: atenua e suaviza idéias.
• Ex: “Ele faltou com a verdade” (mentiu), “Ela agora descansa dessa longa vida” (morreu).

» Personificação ou Prosopopéia: atribuição de ações ou qualidades de seres animados a seres inanimados ou irracionais.
• Ex: “Vai passar nessa avenida um samba popular”

» Apóstrofe: evocação de seres inanimados ou não, vocativo.
• Ex: “Oh! Musa do meu fado”


Figuras de Construção

» Aliteração: é a repetição de sons consonantais.
• Ex: “Viola violeta violenta violada, óbvia vertigem...”

» Assonância: repetição de sons vocálicos.
• Ex: “O real é oco, coxo, capenga.”

» Elipse: omissão de termos facilmente subentendidos.
• Ex: “Naquele lugar, muitos problemas encontrados” (foram).

» Polissíndeto: repetição do conectivo.
• Ex: “Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua.”

» Assíndeto: omissão do conectivo.
• Ex: “Escrevia, lia, dormia, acordava, levantava-me, tornava a deitar.”

» Anacoluto: quebra da estruturação sintática, deixando um termo sem função na frase.
• Ex: “Aquele rapaz, dei-lhe toda atenção.”

» Pleonasmo: repetição com finalidade expressiva.
• Ex: “A mim, ensinou-me tudo”

» Hipérbato: alteração na ordem dos termos da oração ou orações do período (ordem indireta).
• Ex: “Ouviram do Ipiranga margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante.” (Ordem direta: As margens plácidas do Ipiranga ouviram 
o brado retumbante de um povo heróico)

» Anáfora: repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.
• Ex: “Olha a voz que me resta, olha a veia que salta, olha a gota que falta...”

» Reiteração: repetição de vocábulo.
• Ex: “Respondi que podia ser singela e na mesma hora singela, singela, singela, singela, comecei a repetir singela...”

» Silepse: a concordância é feita com a idéia, pode ser:
• Ex: De número: “O povo clamava justiça e gritavam sem parar.”
• Ex: De gênero: “Vossa Majestade é muito generoso.”
• Ex: De pessoa: “Todos analisamos o texto.”